Leoa
Jairo Pereira
Ela chegou de repente
Como quem não queria nada
Me olhou nos olhos
E me ofereceu um gole de cachaça
Quero porque quero
Teu calor, tua fogueira
Me queimando na lareira
De tuas coxas
Teu fogo
Tua imagem
Desdobrando em labareda
E sua língua inflamável
Combustão em Lumeeira
Eu quero brasa
Esse teu lume incendiando minha casa
Fogaréu
Me joga em tua fornalha
Faísca dentro d’água
Teu magma
Teu corpo
A tua imensidão
Tua flama pira a minha pira
Pira, pira, pira, pira, pira
Leoa linda
Juba de Leão
Garra de felina
Como dizer não
Do avesso me embriago
Em tua água ardente
A correnteza de seu rio me afogou
Óleos e incensos
Fomes indecentes
A mente assanhada nos acende
Querer que invade
Mas nem penso em proibir
Tudo é permitido
Não precisa nem pedir
Vem transar ideias
Fazer o mundo girar
Tirar as coisas do lugar
Leoa linda
Juba de Leão
Garra de felina
Como dizer não
Ela é bonita de se admirar
De ver-la passar
Fico até sem ar
Ó meu Deus
Ó minha Deusa
Ó meu pai Oxalá
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